De Cecília por ora digo o seguinte: ela não amava a mim mas sim quem ela gostaria que eu fosse. Pois construiu, em sua alma de princesa tirana, um personagem de quinta e queria, eu, a representá-lo. De amante a ator: a Broadway dos corações enganados. Através de seus óculos cor-de-rosa eu recitava as falas que ela, como diretora teatral, empurrava em minhas mãos, e a pantomima prosseguia.
Ah, atores e dramaturgos desde a Grécia antiga! Sófocles perde. Com Cecília eu era apenas o que ela queria que eu fosse. Tentei romper o script; lágrimas. Tentei sair de cena; gritos e ranger de dentes. Tentei fechar as cortinas mas a plateia, uivando raivosa, lá estava exigindo que eu continuasse. E, pesaroso, eu deixava a ópera-bufa prosseguir, Cecília manipulando-me nas cordas como a um boneco.
Era preciso aproveitar a menor ocasião. Segundos para a troca de figurino- a oportunidade exata para fugir portas afora. Porque de Cecília por ora digo o seguinte: assim você não, você não pode ser feliz.
cecília é verossímil, meu chapa?
ResponderExcluirE você nem sabe: já estão ficando com ciúmes das minhas musas. Se elas são (ou foram) reais ou pura fantasia? Já falamos sobre isso...rs
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