Eu era um arquiteto de sonhos, enquanto aguardava por Mirna na mesa de bar. O futuro todo era erguido, de casas a filhos, de carros a empregos. Mirna simbolizava a mudança-em-si: o cenário diante de nós era novo. E eu, como um malabarista, rodopiava no ar tantas visões a se construir enquanto aguardava na mesa de bar.
Eu não imaginava o que era fantástico: repudiava as quimeras. Ao contrário, o que projetava era concreto, realizável, eu diria, sensível ao tato. Castelos no ar para fincá-los em terra firme. Queria aquilo que se consuma. Para longe de mim com as utopias, naquela mesa de bar, e gole sobre gole eu projetava nossas vidas.
Eu era um arquiteto de sonhos, então, mas de sonhos palpáveis. Pouco depois, contudo, aprendi que Mirna, também ela, nada mais era que ilusão fugaz.
você é bom, meu rapaz. enlaces e sutilezas marcam a escrita.
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