This story is fiction, and any events or near-similar events in actual life which did transpire have not prejudiced the author toward any figures involved or uninvolved; in other words, the mind, the imagination, the creative facilities have been allowed to run freely, and that means invention, of which said is drawn and caused by living one year short of half a century with the human race . . . and is not narrowed down to any specific case, cases, newspaper stories, and was not written to harm, infer or do injustice to any of my fellow creatures involved in circumstances similar to the story to follow.


(Charles Bukowski, "The Murder Of Ramon Vasquez")

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

A vida venceu a arte

Um comentário:
A vida venceu a arte.

Desce o pano.

R.I.P. Escrita Vulgar (jan/11- dez/12).

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Post só para falar mal de Mirna

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O tempo é curativo, o tempo permite olhar pra trás com melhores olhos. Ontem não sabia, agora sim; amanhã mais ainda. E tempos depois eis Mirna, mas Mirna como que congelada no calendário. Mirna que mantém o mesmo espírito, o mesmo temperamento, e quando digo isso me refiro também ao aspecto ruim. Mirna que não alçou vôo, que não rompeu o círculo, Mirna que mantém a tradição trágica dos antepassados.

A Mirna sem progresso algum.

Já eu esse tempo todo... Ah, os livros que li, as experiências que vivenciei. Da sarjeta ao céu, o despencar na cauda do cometa, o flutuar na estratosfera. Eu que fui ao limbo e voltei, e que como o sufi Rumi rasguei minhas roupas em pedaços, eu que já não queria nada, eu que passei a querer. Ah, e os lugares... Vocês já falaram com o Diabo cara a cara? Tenho a impressão da minha alma crescer ao ritmo do universo.

Mirna, não. Optou pelo pequeno, pelo prosaico, pelo rapaz da cidadezinha vizinha. Serei justo: não é que ela não queira partir. Sente o impulso, mas é mais forte que ela. O círculo vicioso aperta como uma anaconda. Mirna está fadada a mera mãe de família, matrona feliz a costurar as meias do rapaz da cidadezinha.

Reencontrar Mirna tanto tempo depois é estranho. Deixando de fora a beleza pouco resta. A frugalidade, quem sabe a inconsistência, o espírito volúvel; o egoísmo, talvez. Imaturidade, decerto. Vendo com os óculos do tempo passado, concluo: sem Mirna, fiz vôos maiores. Foi melhor assim, e respiro sereno, como um homem que relembra sem mágoas uma tragédia há muito passada.

Assomando no horizonte, enquanto isso, está Alice, como uma promessa (ou uma ameaça).

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A voz no escuro

2 comentários:
Acordei com minha mãe me chamando. Foi um chamado límpido, claro, bem direto ao ouvido. Abri os olhos na semiescuridão do quarto e tentei me situar. De novo a voz dela me chamando- vinha de fora do quarto. Ainda sonolento me levantei e fui em direção à porta, quando ouvi, pela terceira vez, o chamado. Ninguém na sala; todos pareciam ainda estar dormindo. O chamado -o quarto- vinha, suave, da cozinha. Pois bem, me aproximei: a porta da cozinha estava entreaberta e, pela fresta, o que se via era uma profunda escuridão. Ainda assim era de lá que vinha a voz de minha mãe, já pela quinta vez.

Lembrei-me de um episódio que li sobre Marco Polo. Em suas andanças pela Ásia, atravessara um deserto famoso por iludir viajantes. Algum infeliz, geralmente dentre os retardatários da caravana, era chamado pelo nome. Intrigado com aquilo, seguia a misteriosa voz e acabava por se perder dos demais, para nunca mais ser encontrado. Aquela história veio à minha mente naquela fração de segundo, e, primeiro, me arrepiei para, em seguida, disparar rumo ao quarto da minha mãe. A pobre estava lá, dormindo tranquilamente, e não entendeu nada.

Bem, as aventuras de Marco Polo podem afetar meninos impressionáveis. E cérebros sonolentos pregam peças aos sentidos. Ou seria algum espírito dos confins do deserto de Gobi extraviado cá no Rio de Janeiro? Não sei, hoje não acredito nessas coisas. Mas, naquele dia, que ouvi, ouvi. Acredite- se quiser.

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