This story is fiction, and any events or near-similar events in actual life which did transpire have not prejudiced the author toward any figures involved or uninvolved; in other words, the mind, the imagination, the creative facilities have been allowed to run freely, and that means invention, of which said is drawn and caused by living one year short of half a century with the human race . . . and is not narrowed down to any specific case, cases, newspaper stories, and was not written to harm, infer or do injustice to any of my fellow creatures involved in circumstances similar to the story to follow.


(Charles Bukowski, "The Murder Of Ramon Vasquez")

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

"Ficaremos juntos", ela prometeu

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sei que ela está ali

como uma promessa a ser cumprida
aqui e agora
hoje ou amanhã ou depois ou para além
do que é infinito

por que não?

uma promessa feita
muitos ciclos de existência atrás
uma promessa feita
com outros lábios, outras vozes
em outros corpos que não estes

por que não?

há quem acredite
em promessas de outras vidas
por que não?

e hoje

ela aqui esperando
o momento
e eu também pleno juramento
todo certeza de que
aquilo prometido
há de se cumprir

o momento chega sempre
toda promessa se cumpre

(se se quebra, não era bem promessa)

mas quando se é verdadeiro
por que não?

ela espera e se consuma

dois mais dois quatro, ebulição gera vapor
eu e ela juntos
tenho certeza disso
como de que o sol nascerá amanhã
a promessa é a natureza que se cumpre

a promessa é só a verdade adiada

mas ainda eu, ansioso,

esperando que mais ciclos não venham
antes da promessa ser cumprida.

domingo, 20 de novembro de 2011

Sem beijo

Um comentário:
sim, é possível transas sem beijo na boca

não é em toda situação que se beija
há aquelas
por acaso as mais impessoais
prostitutas etc.
situações em que não se beija

não se perde muito da foda, verdade
penis in vaginam é sempre
penis in vaginam
mas transas sem beijo
sim, há várias sem isso
são uma coisa engraçada

lá embaixo fluidos e penetração
enquanto aqui em cima
puros
cândidos
os lábios
não se tocam.

virginais.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Chaos theory

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Ela vai embora, e fico estirado na cama. Deixou-me a sós com a poeira e os pensamentos. O quarto acaba por lembrar um cenário de guerra, não apenas pelo caos -não metafórico- do ambiente como pela batalha travada, essa prazerosa porém. Mas também caótica: o caos está sempre presente quando homem e mulher se encontram, e não é na ordem e na harmonia que se conciliam os corpos ofegantes.

Ela deixa nosso pequeno reino de caos e volta para sua vida.

Penso: ela não gostou. O caos foi demais pra ela, não apenas a poeira e os livros pelo chão, ou sequer as paredes descascadas e o cheiro dos cachorros: o caos do meu próprio coração outrora seguro mas hoje reconhecidamente frágil.

Há que juntar os cacos, pedacinho por pedacinho. Fosse cerâmica chinesa. Do caos dos fragmentos espalhados, podemos chegar lá: na paz beatífica. E talvez ela volte, para desarranjar novamente a ordem recém-conquistada.

Afinal, o caos ganha sempre. A ordem é a exceção: é quando Deus está distraído.

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