Sonhou com ela, e em consequência a manhã toda se arrastou estranha. Talvez por ter perguntado por ela, talvez por uma nostalgia meio infantil, mas sonhou com ela, e foi bom o sonho. Abraços e beijos como um reencontro, ela excitada por lhe ver, lhe tocar, anos e anos e anos depois. A barriga cresceu e o cabelo já grisalho. Já ela, pelo menos no sonho, linda como sempre. Tanto assunto para colocar em dia! E ela sorrindo, nos seus braços, querendo nada a não ser ele.
Chuvoso lá fora. Golpe insidioso do Destino, fazê-lo sonhar com ela, agora que está tudo bem, agora que passou. Anos depois. Mas ei-la de novo, lhe assombrando como um fantasma antigo. Chove lá fora e teve, há pouco, um fantasma nos seus braços oníricos: morena e de longos cabelos perfumados. Como ela é nas suas lembranças. Dos cabelos não esquece jamais, como desciam pelos ombros, os olhos brilhando quando sorriam para ele.
Agora brilham para o marido. Viu no Facebook. Pobre coitado. Daria conta? Pois ela não é pra qualquer um. Não para um loser com o marido parecia ser.
Despeito puro, admitiu, e riu baixinho para si próprio.
Hoje é sábado, terá boteco logo mais. O fantasma moreno de olhos brilhantes lhe assombrando, o remédio era encher a cara.
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