Mirna é passado, mas como deixar de falar dela? O fantasma abre suas asas agourento. Mirna, que já foi solar, hoje me aparece sombria. Ainda assim é leve, apesar de estranho, conversar com Mirna tanto tempo depois.
Estranho!, ela mesma disse, "você é super-estranho, essa semana mesmo dei um tempo no meu relacionamento e você reaparece do nada". Oh sim, sim. É o destino, brinco. Que haveria de ser? Mirna solteira ao longo da semana, que perigo para o mundo. Guerras foram travadas por menos. Mirna em um relacionamento arrastaria homens à morte, sozinha, então, é o convite à 3ª Guerra Mundial. Sim, sou super-estranho, e ficamos nisso. Por que haveria outra coisa?
Mas Alice, com sua intuição feminina. Me pergunta, "e a moça...?" Basta isso, sei a quem ela se refere. Alice descobriu a história toda. Generosa, encara com serenidade (como é diferente de Cecília, meu deus, voltaremos a Cecília oportunamente). Alice soube de Mirna mas não há gritos ou rancor, ciúme ou desprezo. Soube de Mirna como saberia da existência de uma galáxia distante: existe, mas nada interfere na vida cotidiana.
Alice, em sua intuição: "E a moça...?". Eu: "Nunca mais vi. Passou, não sinto mais nada". Alice sorri.
Na cama, eu, sozinho, me odeio. "Mentiroso, mentiroso".
Te entendo perfeitamente porque
ResponderExcluir1) tenho uma Mirna dentro de mim;
2) já passei por uma situação idêntica.
É amigo,tu achas justo mentir pra Alice? Algum dia achei que teu amor por Alice fosse verdadeiro. Se existe uma Mirna dentro de tu, Alice não existe mais?
ResponderExcluirAbraços.
Nilo.