This story is fiction, and any events or near-similar events in actual life which did transpire have not prejudiced the author toward any figures involved or uninvolved; in other words, the mind, the imagination, the creative facilities have been allowed to run freely, and that means invention, of which said is drawn and caused by living one year short of half a century with the human race . . . and is not narrowed down to any specific case, cases, newspaper stories, and was not written to harm, infer or do injustice to any of my fellow creatures involved in circumstances similar to the story to follow.


(Charles Bukowski, "The Murder Of Ramon Vasquez")

sábado, 16 de março de 2013

A deusa de pés de barro

A propósito do comentário do amigo Nilo Reis, em outro post.

Alice é uma deusa, disseram, porém faltou acrescentar: uma deusa de pés de barro.

Conversávamos por telefone.

"-Passei na frente da sua casa", ela disse. "Quase toquei a campainha".

"-Por que não tocou?"

"-Tive medo de você não me receber", ela disse. "De você pensar que estou forçando um encontro".

Não receber Alice. Achar que ela queria forçar um encontro. Que heresia- da parte dela, não minha. Quando Alice passará por aqui novamente? Aguardarei essa data como a um Natal, a uma Páscoa. Será feriado no meu calendário particular: a data mais santa de todas. Uma deusa não merece menos que isso.

Mas uma deusa que tem medo do desprezo dos devotos. Isso é novidade, taí uma coisa nova no panteão.

Um comentário:

  1. Alice, uma deusa de pes de barro. Esse foi o post que mais gostei. Tu escreves com a alma. Eu li imaginando tua conversa com ela. Espero que Alice volte logo e ao passar na tua rua, toque a campainha e não saia mais de tua casa. Como tu mesmo ja mencionastes em outro post:"Já passou da hora de Alice pousar ai."
    Abraços do amigo,
    Nilo.

    ResponderExcluir

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...