This story is fiction, and any events or near-similar events in actual life which did transpire have not prejudiced the author toward any figures involved or uninvolved; in other words, the mind, the imagination, the creative facilities have been allowed to run freely, and that means invention, of which said is drawn and caused by living one year short of half a century with the human race . . . and is not narrowed down to any specific case, cases, newspaper stories, and was not written to harm, infer or do injustice to any of my fellow creatures involved in circumstances similar to the story to follow.


(Charles Bukowski, "The Murder Of Ramon Vasquez")

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Para a lua de hoje à noite

Entusiasmado pela lua, acabei atravessando na calçada errada. Nem percebi: ao menos olhei para os lados, caso contrário ainda seria atropelado em contemplação. Que grandioso disco de prata, circunferência perfeita tal qual graças ao compasso de um gigante. Flutuava no éter ou, antes, era como um furo na abóbada escura do céu. Havia profundos sulcos: os mares lunares -rima involuntária- dos astrônomos que o povo leigo dizia serem São Jorge e o Dragão, e, não posso deixar de levantar isso, talvez os leigos sejam não o povo mas os astrônomos. Há os sulcos na lua, em todo caso, e por lá deslizavam os marcianos pouco antes da Atlântida submergir lá pelo século oitavo de Avalon.

Sem perder a lua de vista sigo caminhando, agora entrando pela esquina do Fórum. O disco de prata parecia crescer e com ele subia o ritmo das marés- céu e oceano se interligam como só a natureza sabe. E, já defronte à grande estátua de Rui Barbosa, o farol lunar por cima de tudo, pensei em como era mesmo fácil para os antigos enxergarem naquilo um deus. Jaci para os nossos índios ou Diana dos romanos, a lua é como o olhar da divindade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...