This story is fiction, and any events or near-similar events in actual life which did transpire have not prejudiced the author toward any figures involved or uninvolved; in other words, the mind, the imagination, the creative facilities have been allowed to run freely, and that means invention, of which said is drawn and caused by living one year short of half a century with the human race . . . and is not narrowed down to any specific case, cases, newspaper stories, and was not written to harm, infer or do injustice to any of my fellow creatures involved in circumstances similar to the story to follow.


(Charles Bukowski, "The Murder Of Ramon Vasquez")

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Metáfora agrícola

Após Mirna era tudo terra arrasada, e foi quando conheci Gisele. Raio de sol entre nuvens, talvez fosse ela o redespertar da primavera- e foi, mas apenas durante as conversas pela madrugada, como algo novo a se revelar. Mas o destino é pródigo em nos plantar falsas esperanças.

Digo isso porque, enquanto conversávamos na praça de alimentação do shopping, a mesa de bar entre nós, a Gisele que se descortinava para mim era sóbria e taciturna, tudo que eu não precisava. Pois a terra arrasada quer agricultores e sementes e água em abundância- cuidados, em outras palavras, coisa que a máscara de indiferença de Gisele desautorizava. Exaurida, a terra devastada por Mirna pedia o adubo fertilizante que só a expectativa do novo amor pode dar.

Gisele, ao contrário, era como a agricultora distraída, que não sente a necessidade do solo. Assim fenece o pouco que sobra, o solo uma vez úmido hoje desértico, dos pomares nada mais resta que cinza. E não se erguerão de novo por causa de Gisele, camponesa relapsa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...