This story is fiction, and any events or near-similar events in actual life which did transpire have not prejudiced the author toward any figures involved or uninvolved; in other words, the mind, the imagination, the creative facilities have been allowed to run freely, and that means invention, of which said is drawn and caused by living one year short of half a century with the human race . . . and is not narrowed down to any specific case, cases, newspaper stories, and was not written to harm, infer or do injustice to any of my fellow creatures involved in circumstances similar to the story to follow.


(Charles Bukowski, "The Murder Of Ramon Vasquez")

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

De funções vitais

Vão me perguntar se valeu a pena e direi, claro, óbvio que sim. O final foi seco: não quero mais, ela disse, ok, respondi. Era mentira -minha- mas nada diferente podia ser dito: o amor deve fluir, não serei eu a segurá-lo. Seca, muito seca -ela- e em segundos tudo que se construía em pensamento -filhos e casa, e empregos e carros- tudo desapareceu. Nenhum vestígio. Não quero mais, ela disse, ok, respondi.

Você já fugiu disso? Te chamarei: és covarde. Não me leve a mal. Mas ter medo disso é ter medo da chuva raios sol vento onda pássaros árvores meteoros folhas flores neve. É ter medo da vida, enfim, e vida que se vive com medo da vida não é vida senão morte.

Você tem medo de respirar?

De comer?

De domir?

Também não deveria ter de amar. É outra função vital. Sem isso, não vivemos.

Um comentário:

  1. Lindo, lindo! É possível se transportar para cena... para os medos... impressionante!

    Abraço... Lu.

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