This story is fiction, and any events or near-similar events in actual life which did transpire have not prejudiced the author toward any figures involved or uninvolved; in other words, the mind, the imagination, the creative facilities have been allowed to run freely, and that means invention, of which said is drawn and caused by living one year short of half a century with the human race . . . and is not narrowed down to any specific case, cases, newspaper stories, and was not written to harm, infer or do injustice to any of my fellow creatures involved in circumstances similar to the story to follow.


(Charles Bukowski, "The Murder Of Ramon Vasquez")

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

E o cigarro entre beijos

Quando Bruna veio o caos já havia passado. Mirna deixara terra arrasada, mas é da vida que a primavera volte sempre. Foi uma estadia no inferno, como a de Rimbaud, mas já escavei de volta à superfície, e eis o sol forte aqui de novo, passada a hecatombe mirniana, e eis Bruna e eu tomando um suco.

Mirna foi loucura, ela concorda, ela de tanta força sob a aparência frágil. A figura pequena de Bruna não faz jus a seu temperamento, a seu vigor. Além da força, carrega insuspeitamente uma sabedoria profunda. E com ouvidos sábios ouvia meu rosário de lamentações.

Mas há que lamentar? A tragédia mirniana pra trás, eu e Bruna ouvindo jazz na praça. Já noite já lua. E é tão natural estar com Bruna, que do sorriso para o toque é um pulo, uma coisa leva a outra e eis o beijo. E o jazz na praça e a cerveja, e o cigarro entre beijos. E os prédios do centro da cidade, e o meio-fio para mais cerveja no pé-sujo. Jazz e Bruna, uma coisa leva a outra. E eis-nos no quarto.

Foi mesmo muita cerveja e hoje já não me recordo muito. Mas da penumbra daquela noite sempre me lembrarei das pernas de Bruna me apertando fortes, enquanto eu gozava, fundo, nela.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...