This story is fiction, and any events or near-similar events in actual life which did transpire have not prejudiced the author toward any figures involved or uninvolved; in other words, the mind, the imagination, the creative facilities have been allowed to run freely, and that means invention, of which said is drawn and caused by living one year short of half a century with the human race . . . and is not narrowed down to any specific case, cases, newspaper stories, and was not written to harm, infer or do injustice to any of my fellow creatures involved in circumstances similar to the story to follow.


(Charles Bukowski, "The Murder Of Ramon Vasquez")

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Já sei por que viagens longas

Já sei por que viagens longas

(falo daquelas passivas, na
janela do ônibus ou no banco do carona)

são tristes.

São tristes porque temos mais tempo
com nós mesmos

e assim passamos em revista
as velhas frustrações de ontem
o amor sem retorno
o emprego que não veio
a luta em vão
o arrependimento pela palavra dita

tentamos nos distrair,
conversar, ouvir música
ler alguma coisa

mas a lembrança
essa estranha companheira de viagem
nos segue estrada afora.

Já sei por que viagens longas
são tristes

é porque nos levam
a outra espécie de viagem.

Um comentário:

  1. Verdade... Essas viagens são intermináveis. Dá-se a volta ao mundo mas não chega-se ao destino. Estradas internas deveriam ter setas de sinalização. Ou tem?
    Eu acho que tem... pelo menos eu sei onde estão as sinalizações. No fundo todo mundo sabe, mas preferimos não ver. Vê-las dói por demais.

    Mas sabe... quando eu percebo que vou cair na tristeza da viagem, eu procuro as coisas boas. Aceito as ruins como lição, mas as boas... eu olho com carinho maior!

    =)

    ResponderExcluir

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...